segunda-feira, 14 de julho de 2008

Empresas devem mudar para apoiar a família

Jornal de Notícias :: 2008.07.13

Conciliação com o trabalho obriga a definir prioridades na própria família.
O universo das mulheres é pensado por homens. A conciliação entre o trabalho e a família necessita que as empresas repensem a sua organização, defendeu, ontem, uma das maiores especialistas mundiais.


Os desafios actuais da família estiveram, ontem, em análise, na primeira Convenção Nacional da Família, que juntou, na Universidade do Minho, em Braga, mais de 200 participantes. O ponto alto foi a presença de uma das maiores especialistas mundiais entre a conciliação familiar e profissional, Nuria Chinchilla, para quem é "urgente um novo paradigma empresarial".

O universo que rodeia as mulheres é pensado por homens e para homens do século passado. Por isso, para a especialista espanhola Nuria Chinchilla, "é importante repensar as empresas em termos de flexibilização de horários, do reconhecimento da rentabilidade, presenças, e resultados. No fundo, são necessárias empresas feitas à medida do homem e da mulher". No entanto, a directora do "International Center of Work and Family", chama a atenção que a conciliação começa em casa com a família a definir prioridades: "Muitas vezes o casal perde muita energia com coisas secundárias e isso transparece depois para o dia-a-dia no emprego. O trabalho é um meio para a família e não o contrário".

Nuria Chinchilla está convencida que uma das causas da descida acentuada da taxa de natalidade "foi a entrada massiva da mulher no mercado laboral e as novas realidades sociológicas: famílias de dupla carreira e famílias monoparentais. A mulher entrou a 100% no mundo laboral mas o homem não entrou a 100% no mundo da família". Por isso, as novas gerações ambicionam "poder conciliar trabalho, família e vida pessoal", sendo esta uma ambição "partilhada por homens e mulheres, mas difícil de atingir por várias razões, nomeadamente porque o tempo utilizado numa das funções, impede o exercício da outra e, os altos níveis de tensão verificados no cumprimento de uma das funções, afecta o desempenho de outras".

Os resultados das experiências em empresas familiarmente responsáveis são outro dos argumentos usados por Nuria Chinchilla para a mudança de paradigma: "Há uma relação directa entre serem as melhores empresas e serem familiarmente responsáveis; a criatividade e inovação fluem também com mais frequência e um maior empenho aliado a uma reduzida ausência são também evidentes".

Em Espanha já há 7% de empresas familiarmente responsáveis, mas em países como as Filipinas, Nigéria, toda a América Latina ou Panamá esta é uma realidade muito mais evidente. Uma outra convidada, Rosa Freitas Soares, da Deloitte, lembrou que "homens e mulheres integram, interagem e constroem o mundo profissional e a vida familiar. Estes dois âmbitos da vida pessoal não são necessariamente antagónicos. Pelo contrário, são realidades que devem conciliar-se na procura do equilíbrio e estabilidade pessoal, familiar, profissional e social".

Um dos fundadores do Fórum para a Liberdade da Educação, António Pinheiro Torres, fez uma análise do ensino em Portugal. "Constata-se que as escolas que temos são incapazes de responder aos novos problemas e, consequentemente, aos desafios e expectativas de cada aluno".

Pode ler a notícia no site original AQUI.

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