Avôs e avós mantêm rituais e tradições, possuem um tesouro de histórias primais, ensinam os jovens e nutrem a lembrança dos espíritos ancestrais que protegem a comunidade. Eles escutam os sonhos e dizem o que significa uma nova palavra. Sabem montar um caniço, colocar isca no anzol e sabem onde é o melhor lugar. Vivem entre objetos esquisitos, que eles apreciam, e seu cheiro é inesquecível. Resta-lhes pouco tempo, no entanto, muito tempo para dedicar." (James Hillman in A força do caráter - e a poética de uma vida longa.)
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Parabéns aos avós!
Avôs e avós mantêm rituais e tradições, possuem um tesouro de histórias primais, ensinam os jovens e nutrem a lembrança dos espíritos ancestrais que protegem a comunidade. Eles escutam os sonhos e dizem o que significa uma nova palavra. Sabem montar um caniço, colocar isca no anzol e sabem onde é o melhor lugar. Vivem entre objetos esquisitos, que eles apreciam, e seu cheiro é inesquecível. Resta-lhes pouco tempo, no entanto, muito tempo para dedicar." (James Hillman in A força do caráter - e a poética de uma vida longa.)
Moral de uma história imoral
terça-feira, 22 de julho de 2008
Casamentos ‘gay’, o debate e a estupidez
Antes que venha a ILGA, ou outro qualquer lóbi «gay», acusar-me da costumeira homofobia ou coisas do estilo, permitam-me que diga o seguinte: sou, no geral, contra qualquer discriminação, nomeadamente contra a discriminação de homossexuais.Isto passa por defender, como absolutamente legítimo e inquestionável, a possibilidade de os casais homossexuais terem mais ou menos o mesmos direitos do que os outros casais. E digo mais ou menos porque há um direito que eu sei que eles não devem ter: o de adoptar crianças. Reparem que eu jamais direi que um casal homossexual, só por o ser, não sabe tratar crianças com amor e com todos os requisitos de que elas necessitam. Mais: defendo - e defendi, numa crónica neste jornal quando a questão concreta se pôs - que um tribunal não pode tirar um filho ao seu pai ou mãe natural baseado no facto de ele (ou ela) ser homossexual.
Apenas digo que o Estado, ou quem guarda as crianças a adoptar, não deve discriminar nenhuma delas entregando-a a um casal que não está dentro da norma (no sentido em que a norma, encarada do ponto de vista meramente estatístico, é o casal heterossexual). Aliás, quando o primeiro-ministro, criticando Manuela Ferreira Leite, considerou ‘pré-moderno’ afirmar que o casamento se destina à procriação, eu permito-me discordar. Não é pré-moderno, é da condição humana.
Todos nós ao cimo da terra somos filhos de um pai e de uma mãe e não de dois pais ou de duas mães. O Estado pode legislar contra este facto da natureza, mas é arrogante pensar que pode alterá-lo na sua essência.
De resto, a discriminação que sofreria uma criança entregue a um casal homossexual é, a meu ver, muito mais condenável do que não chamar ‘casamento’ à união que consagra os direitos de dois homossexuais.
Acrescentaria, ainda, que uma lei de coabitação bem feita poderá perfeitamente servir. Com a vantagem de o Estado não necessitar de saber quem é homossexual e quem apenas vive junto por necessidade económica, amizade pura ou outro qualquer aspecto que só ao próprio diz respeito.
Resolver problemas na prática é a finalidade da política. Se permitir todos os direitos menos o da adopção (como parece ser a disposição do PS e do PSD), não se pode chamar a essa junção ‘casamento’, como pretendem certos políticos convencidos da sua modernidade. A insistência no nome apenas revela a agenda escondida, ou seja, a adopção de crianças por homossexuais. E isso seria de uma estupidez imperdoável.
Para ver a notícia no site original Aqui.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Destino dos óleos alimentares usados
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Impresa aumenta ordenados em 5 %
Atribulações de um chinês fora da China
Quanto às perguntas que me faz acerca dos ocidentais, tem toda a razão em estar preocupado com os Jogos Olímpicos que se aproximam. Tenha muito cuidado, porque os narizes compridos só dizem mentiras. Falam muito em liberdade e querem ensinar a todos o que ela é, mas só conhecem as liberdades que não interessam. Faltam-lhes as realmente importantes.Andam muito orgulhosos por poderem escolher os chefes e dizer mal deles. Como acham que nós não dizemos, consideram-nos oprimidos. Mas não têm liberdade para vender, comer, guiar, despejar lixo e mil outras coisas. É proibido fumar cigarros, cortar árvores, fazer barulho. Vendem só a certas horas e em certos sítios. Não se pode trabalhar à noite ou quando se é velho. Nem imagina o que eles exigem para se andar de carro (por exemplo, um colete verde!!).
Proíbem muitas comidas, das nossas ou mesmo das que eles sempre comeram. Ficam fulos se não dividimos o lixo. Até querem controlar a maneira como se escreve. Tudo tem regras, imposições, limites. Sobretudo papéis. Muitos papéis. Chamam a isto progresso e liberdade.
O Fu diz que a vida na terra dos narizes grandes é como a que tínhamos no tempo do Camarada Mao. Eu achava exagero (sabe como é o primo Fu...) mas um dia vi que tinha razão. Vieram ao restaurante alguns guardas vermelhos armados. Diziam ser fiscais da economia, mas senti aquele mesmo medo da revolução cultural. Viram tudo, inventaram multas por nada, ralharam e levaram preso o tio Deng.Como no tempo do Camarada Mao, os ocidentais passam horas em doutrinação política. Aqui é em frente à televisão. Um deles disse- -me que era muito diferente da China, porque não é doutrina, mas notícias e debates (exactamente como lhe chamavam os comissários do povo), e porque se pode escolher aquilo que se ouve. Ao princípio acreditei, mas depois vi que não há escolha. Todos dizem o mesmo. E querem eles ensinar-nos liberdade!
Como vai ter narizes grandes em Beijing, precisa conhecê-los. Diz-se que só pensam em dinheiro, mas isso também nós. A diferença é que, além da tal liberdade, eles adoram três coisas: papéis, saúde e sexo. Quando aos papéis, já lhe expliquei: há papéis para tudo. Não sei se foi boa ideia termos-lhe dado essa nossa invenção. Depois andam sempre aterrorizados com a saúde. Gastam imenso dinheiro em médicos e remédios, mesmo quando não estão doentes. Para eles tudo -comida, sexo, trânsito, desporto- é um problema de saúde. Andam loucos com o corpinho. Depois morrem como toda a gente.
Quando não é papéis ou médicos, é sexo. A coisa que mais os cega é sexo. Aqui as mulheres deles andam quase nuas na rua (cuidado com as primas!!). Cega-os porque não o entendem. O sexo deles não é para ter filhos, mas para vender sabonetes. Não é para ter família e ser feliz, mas para trair, zangar, ter sarilhos. Chamam-lhe liberdade, claro!Liberdade! Nem fazem ideia o que seja! Também não sabem o que é honra, respeito, dignidade. Escolhem os chefes (embora, como aí, os que mandam sejam sempre os mesmos), mas logo a seguir começam a dizer mal deles. Só querem a liberdade de criticar porque odeiam os chefes. Odeiam muito mais que nós. Nunca vi um povo odiar tanto. Quem diz pior do Ocidente são os jornais ocidentais (se ler o que dizem da China, farta-se de rir porque eles não sabem nada).
Descobri um truque que lhe pode ser muito útil: nas discussões com eles é fácil pô-los a gritar entre si. Quando criticarem a política do filho único, diga-lhes que têm menos os filhos que nós. Se acusarem a pena de morte, acuse a eutanásia e o aborto. Se falarem no Tibete pergunte-lhes pelo Iraque. É que eles além dos chefes, odeiam o sistema (dizem sempre que está "podre"), odeiam a vida, odeiam-se a si mesmos. Este povo adora dizer mal de si próprio. Chamam-lhe liberdade.
Saudades do primo Guo
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Ligeireza
No jantar após o recente debate parlamentar, o senhor primeiro-ministro afirmou: «Eu sou de um partido onde era absolutamente impossível que um líder pudesse dizer que o principal objectivo da família é a procriação. Aqui no PS não temos essas frases porque elas são pré-modernas, e como já alguém disse, parece-me até que são pré-Concílio Vaticano II» (RR, 11/Julho, 2:23).
De facto, ele nunca diria isso. Aliás, este executivo é o primeiro que, no seu Programa de Governo aprovado em 2005, não incluiu uma secção sobre os problemas da família ou menção sobre a grave decadência demográfica de Portugal.
Influenciado por ideologias obsoletas, o Governo manifesta total ignorância sobre isto. Enfrenta já alguns dos seus efeitos, como o envelhecimento, a crise da segurança social, imigração, insucesso escolar, marginalidade, crime, desemprego, desertificação, divórcio, solidão. Até foi obrigado a arranjar à pressa uns apoios à natalidade que além de inúteis são quase patéticos. Mas não consegue entender aquilo que ensinam todos os autores sérios de Sociologia, Demografia, Economia e Ciência Política, que a crise da família é a principal causa comum de todos estes problemas e são necessárias medidas rápidas e inteligentes para lidar com algo que, sendo de enorme complexidade, pode destruir a cultura, sociedade e economia portuguesas.
Entretanto, com ligeireza inacreditável, o senhor primeiro-ministro prefere tratar estas coisas como antiquadas ou religiosas. Na sua cegueira, até se orgulha do que será a maior crítica que o futuro lhe fará.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
É preciso aprender a conciliar o trabalho com a vida familiar
A directora do International Center on Work and Family defendeu ontem na 1.ª Convenção Nacional da Família, organizada pela associação In Família, que todos temos de aprender a conciliar o trabalho com a vida familiar e pessoal. Caso contrário, o trabalho é como um gás que se introduz em todos os furos que deixamos na agenda e acaba por ocupar o tempo e a energia necessária para a vida familiar e pessoal.
Empresas mais humanas
Assim, na sua opinião, se a família falha na sua capacidade de se comprometer, porque já lá não se mora e a família é mais um hotel do que um lugar seguro, as pessoas que a compõem acabam também por falhar na sua vida profissional. Essas pessoas não irão pensar nas melhores formas de construir a empresa em que estão inseridas, ou seja, na sua doação. Pensam apenas em receber.
Segundo realçou a directora do International Center on Work and Family, é de extrema importância implementar e ampliar este novo conceito, que significa construir empresas mais à medida do homem e da mulher, porque estas empresas tornam-se mais produtivas e mais competitivas.
Ao Diário do Minho, Rosa Freitas Soares, da Deloitte, disse que a conciliação trabalho/família tem sido um valor que as empresas estão progressivamente a dar importância nos últimos anos e que as boas práticas também têm vindo a aumentar e a impor-se no seio destas mesmas empresas.
Portugal não tem coragem para implementar o “cheque ensino”
O fundador do Fórum para a Liberdade de Educação é de opinião que não tem havido coragem em Portugal para implementar o “cheque ensino” porque isso iria «pôr em causa muitos interesses instalados».
Segundo António Pinheiro Torres, que falava à margem da 1.ª Convenção Nacional da Família, que decorreu ontem na Universidade do Minho organizada pela In Familia, caso o “cheque ensino” fosse adoptado punha em causa, desde logo, «os interesses instalados de toda a burocracia do Ministério da Educação». «Depois, punha em causa todos os interesses instalados do sistema de ensino estatal e, por essa razão é que não é dada essa liberdade aos cidadãos de escolherem livremente que escola é que pretendem para os seus filhos, que tanto pode ser estatal, como privada», acrescentou.
Para o ex-deputado do PSD na Assembleia da República, o sistema do “cheque ensino” que preconiza não tem como objectivo que os alunos se mudem para o ensino privado. A medida, sustentou, serviria para que os pais escolhessem livremente a escola onde gostariam de ver os seus filhos.
«Esta seria uma medida fundamental para a liberdade de educação em Portugal e também para a qualidade do ensino porque, nos locais onde isso já foi feito, como em alguns estados dos EUA, todo o sistema de educação melhorou. Não apenas naquelas escolas onde era utilizado o cheque ensino como também nas outras escolas que se encontravam em concorrência com estas. Portanto, melhora a qualidade global da educação num país», sustentou.
Por outro lado, António Pinheiro Torres considerou ainda que a par de não haver liberdade de educação em Portugal, existe também uma pretensão do Estado de impor a educação que os seus burocratas pretendem aos alunos. Segundo sustentou, é a própria estrutura do Ministério da Educação que “engole” quem tem ideias inovadoras para o sector e, por isso, a melhor forma de haver liberdade de educação em Portugal é desmantelar aquela estrutura. Ou seja, este desmantelamento deveria concretizar-se na divisão do Ministério da Educação em duas partes. Uma para a gestão das escolas das redes estatais e outra encarregue das funções de regulação e fiscalização.
Questionado sobre qual a melhor forma para se lutar pela liberdade de educação em Portugal, o ex-deputado considerou ser muito importante o combate através da acção política. «Cada um, no partido que for do seu agrado, deve defender estas ideias e, sobretudo, fazer sentir aqueles que os representam a importância desta questão da liberdade e a obrigação que têm de dar esta liberdade a todos os portugueses», disse. Aos pais, acrescentou, também cabe um papel importante como interventores nas escolas, apesar dos limites que o Ministério da Educação coloca.
A horrível lei do divórcio
Ainda durante a manhã de ontem, a deputada do PS Matilde Sousa Franco esteve presente na convenção para falar sobre “Casamento: muito mais que um contrato”. Na sua intervenção, a deputada falou da «horrível lei do divórcio» aprovada pela Assembleia da República e contra a qual votou, sendo a única da sua bancada a fazê-lo. «O que interessa é a pessoa ser coerente consigo própria e eu, quando fui convidada para ser deputada todos já sabiam a minha maneira de ser e a minha maneira de pensar», disse. Na sua opinião, a legislação aprovada é «horrível».
«Analisando a lei, acho que, para uma leiga como eu, vê-se que ela é má. Leis parecidas com esta foram já aplicadas noutros países com resultados muitíssimo maus», salientou. Assim, Matilde Sousa Franco realça que vê com grande preocupação uma lei que tem dado maus resultados noutros países, como é o caso dos Estados Unidos da América, onde a legislação já foi alterada. «Aliás, os estudiosos associam este tipo de lei sem culpa e esta liberalização dos divórcios a uma sociedade mais violenta e com problemas acrescidos», sustentou.
Por isso, a deputada, na sua declaração de voto, defendeu que seja introduzida no sistema de ensino uma nova disciplina, transversal a todos os anos, ou seja, desde o 1.º ao 12.º ano, denominada educação para a felicidade.
Segundo explicou, esta disciplina deveria incluir, por exemplo, normas de vida saudável, educação sexual numa perspectiva afectiva, regras de cidadania, estudos sobre o meio ambiente, defesa do património natural e cultural, e a protecção em caso de sinistros. «O substrato de toda esta disciplina seria sempre contrariar e prevenir o empobrecimento dos valores humanos, ser contra todo o tipo de violência, incentivando as relações interpessoais gratificantes, altruístas, disponíveis a favor do dialogo intercultural», salientou, lembrando que uma das cadeiras mais populares da Universidade de Harvard intitula-se “aprenda a ser feliz”.
Empresas devem mudar para apoiar a família
Conciliação com o trabalho obriga a definir prioridades na própria família.
O universo das mulheres é pensado por homens. A conciliação entre o trabalho e a família necessita que as empresas repensem a sua organização, defendeu, ontem, uma das maiores especialistas mundiais.
Os desafios actuais da família estiveram, ontem, em análise, na primeira Convenção Nacional da Família, que juntou, na Universidade do Minho, em Braga, mais de 200 participantes. O ponto alto foi a presença de uma das maiores especialistas mundiais entre a conciliação familiar e profissional, Nuria Chinchilla, para quem é "urgente um novo paradigma empresarial".
O universo que rodeia as mulheres é pensado por homens e para homens do século passado. Por isso, para a especialista espanhola Nuria Chinchilla, "é importante repensar as empresas em termos de flexibilização de horários, do reconhecimento da rentabilidade, presenças, e resultados. No fundo, são necessárias empresas feitas à medida do homem e da mulher". No entanto, a directora do "International Center of Work and Family", chama a atenção que a conciliação começa em casa com a família a definir prioridades: "Muitas vezes o casal perde muita energia com coisas secundárias e isso transparece depois para o dia-a-dia no emprego. O trabalho é um meio para a família e não o contrário".
Nuria Chinchilla está convencida que uma das causas da descida acentuada da taxa de natalidade "foi a entrada massiva da mulher no mercado laboral e as novas realidades sociológicas: famílias de dupla carreira e famílias monoparentais. A mulher entrou a 100% no mundo laboral mas o homem não entrou a 100% no mundo da família". Por isso, as novas gerações ambicionam "poder conciliar trabalho, família e vida pessoal", sendo esta uma ambição "partilhada por homens e mulheres, mas difícil de atingir por várias razões, nomeadamente porque o tempo utilizado numa das funções, impede o exercício da outra e, os altos níveis de tensão verificados no cumprimento de uma das funções, afecta o desempenho de outras".
Os resultados das experiências em empresas familiarmente responsáveis são outro dos argumentos usados por Nuria Chinchilla para a mudança de paradigma: "Há uma relação directa entre serem as melhores empresas e serem familiarmente responsáveis; a criatividade e inovação fluem também com mais frequência e um maior empenho aliado a uma reduzida ausência são também evidentes".
Em Espanha já há 7% de empresas familiarmente responsáveis, mas em países como as Filipinas, Nigéria, toda a América Latina ou Panamá esta é uma realidade muito mais evidente. Uma outra convidada, Rosa Freitas Soares, da Deloitte, lembrou que "homens e mulheres integram, interagem e constroem o mundo profissional e a vida familiar. Estes dois âmbitos da vida pessoal não são necessariamente antagónicos. Pelo contrário, são realidades que devem conciliar-se na procura do equilíbrio e estabilidade pessoal, familiar, profissional e social".
Um dos fundadores do Fórum para a Liberdade da Educação, António Pinheiro Torres, fez uma análise do ensino em Portugal. "Constata-se que as escolas que temos são incapazes de responder aos novos problemas e, consequentemente, aos desafios e expectativas de cada aluno".
Pode ler a notícia no site original AQUI.
Casamento, trabalho e educação em análise na I Convenção Nacional da Família
Terminou a I Convenção Nacional da Família sobre o tema “Desafios actuais da família”. Uma organização da associação In Família, com a parceria de outras associações de família e escolas de gestão, que pretendia ser uma referência nacional para todos aqueles que se preocupam com os assuntos da família e com os desafios que actualmente atravessa.
O presidente da Associação In Família, Fernando Almeida, explica à Agência ECCLESIA que a I Convenção Nacional quis reafirmar posições assumidas por todos quantos “se casam, pois comprometem-se para, em todos os quadros, estarem juntas”. A mensagem final deseja “reassumir o conceito de dom e compromisso para as nossas famílias”.
A Convenção queria abordar três grandes temas “essenciais para o contexto das famílias”, explica Fernando Almeida. Casamento e divórcio, liberdade de educação e a conciliação entre trabalho e família.
A Lei do divórcio, recentemente aprovada em Assembleia da República, foi abordada por Matilde Sousa Franco, deputada independente da bancada socialista, que advertiu que a nova Lei do Divórcio vai contribuir para um sério agravamento da violência e desagregação social.
A deputada prevê uma desagregação social e um aumento da violência, à semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos e no Reino Unido. “É evidente que vai haver mais divórcios e uma desagregação social gravíssima, bem como um aumento da violência”.
Matilde Sousa Franco não entende por que é que o PS resolveu aprovar esta lei, “até porque tinham sido apresentadas há um ano algumas ideias pelo Bloco de Esquerda, este ano surgiram mais algumas… e foi-se atrás disso”, lamentou.
Fernando Almeida dá conta à Agência ECCLESIA que foi feita uma denúncia acerca da lei do divórcio. “Novos paradigmas de vida, alterações de valores éticos, morais e culturais”, explica, recordando que “é impensável que duas pessoas se divorciem por alteração das faculdades mentais de um dos cônjuges”. O Presidente da In Família explica que “isto é inumano”.
No que respeita à educação, “foi defendido o conceito de serviço público de educação, contra o que consideramos uma educação de cariz sufocador, que é o que tem vindo a acontecer em Portugal”.
Fernando Almeida explica ainda que se manifestaram contra “rumos burocráticos e ideológicos veiculados no nosso sistema educativo”, que “não dá lugar às famílias que querem apostar em projectos educativos familiares”.
No terceiro grande tema foi defendido o conceito de “integração entre o trabalho e a família”. Fernando Almeida explica que este modelo pressupõe que “uma visão integral da vida das pessoas”.
Existem ainda hoje alguns preconceitos e obstáculos que podem funcionar como agentes impeditivos para que as mulheres atinjam lugares cimeiros na escada empresarial. Esta convicção é de Maria Nuria Chinchilla, especialista mundial em conciliação trabalho e família e professora e investigadora nas Universidades de Harvard e Stanford.
O desafio para as empresas é para a igualdade, pois segundo a investigadora, “a maternidade é a principal causa de discriminação no trabalho”. Nuria Chinchilla defendeu que um dos principais problemas que se colocam em particular às mulheres, é o facto de “não termos tempo nem energia para construir famílias”.
Para Nuria Chinchilla, não há um, mas dois tectos que impedem as mulheres de alcançarem a “penthouse” profissional. O “tecto de cristal”, que encerra em si o escasso apoio existente, tanto em casa como no trabalho, e o difícil acesso à informação e à rede de contactos masculina. Acresce ainda o denominado “tecto de cimento”, que indica que de acordo com estatísticas apresentadas, 33 por cento das mulheres recusam promoções devido à dificuldade de conciliar trabalho e família.
A cultura de longas jornadas laborais, duplas e triplas (a saber, trabalho, filhos e, muitas vezes, pais inclusive) aliada à ausência da flexibilidade laboral, gera stress e consequentes doenças associadas. A investigadora salientou ainda a discrepância salarial entre homens e mulheres.
Com Rádio Renascença
Pode ler a notícia no site original AQUI.
Empresas devem repensar dimensões do trabalhador
Ideia foi defendida por Núria Chinchilla, especialista mundial em conciliação e família que, ontem, participou na I Convenção Nacional da Família. A responsável defende a formação de empresas familiarmente responsáveis.
Nuria Chinchilla, investigadora espanhola e professora do IESE de Barcelona - uma das mais prestigiadas escolas de negócios da Europa - referiu ontem, em Braga, no âmbito a I Convenção Nacional da Família, que as empresas devem ser repensadas "à medida do homem e da mulher".
Especialista na triangulação família, empresa e esfera social, Núria Chinchilla sublinha a necessidade das empresas flexibilizarem horários e repensarem a forma como o trabalho é desempenhado.
"Devemos trabalhar por objectivos, por resultados e não por presença. Às vezes há a possibilidade de trabalhar em casa", sustenta a investigadora, acrescentando que o trabalhador não pode ser encarado como "uma máquina", mas como uma pessoa que tem uma vida fora do trabalho.
"Se tivermos isto em conta dentro de uma empresa, seremos muito mais produtivos, mais competitivos e podemos atrair e reter mais talento. O que se passa neste momento é que há pouco talento, pouca gente comprometida que dê o melhor de si", refere a docente.
Núria Chinchilla refere que 20% dos empregados dão o seu máximo, enquanto que os restantes 80% dão o mínimo. Porquê? "Porque estão cansados, porque estão desiludidos, porque não estão comprometidos. Isso, em parte, deve-se à forma como trabalham as empresas", prossegue.
Durante a sua intervenção na I Convenção Nacional da Família, evento que decorreu durante o dia de ontem na Universidade do Minho, e que foi promovido pela Associação 'In Família', a especialista em conciliação trabalho e família referiu que há empresas que são criadas tendo em conta as várias dimensões do trabalhador, aquilo a que designa por empresas familiarmente responsáveis que, em Espanha, representam 7% das estabelecidas no mercado.
Estas são instituições que "têm em conta a pessoa completa, com todas as suas responsabilidades também fora do trabalho", diz a docente de nacionalidade espanhola, acrescentando que há uma correlação muito forte entre as empresas familiarmente responsáveis e as melhores nos diferentes sectores.
Pode ler a notícia no site original AQUI.
domingo, 13 de julho de 2008
Nova Lei do Divórcio é “ataque” à família
A nova Lei do Divórcio vai contribuir para um sério agravamento da violência e desagregação social. A tese é da deputada socialista Matilde Sousa Franco.
Matilde Sousa Franco, deputada independente da bancada parlamentar do PS, foi esta manhã a Braga, à 1ª Convenção Nacional da Família, alertar para os perigos da nova legislação que vai regulamentar os divórcios.
A deputada prevê uma desagregação social um aumento da violência, à semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos e no Reino Unido. “É evidente que vai haver mais divórcios e uma desagregação social gravíssima, bem como um aumento da violência”, explica.
Matilde Sousa Franco não entende por que é que o PS resolveu aprovar esta lei, “até porque tinham sido apresentadas há um ano algumas ideias pelo Bloco de Esquerda, este ano surgiram mais algumas… e foi-se atrás disso”, lamenta."
Pode ler a noticia no site original AQUI.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
LEMBRETE: 1ª Convenção Nacional da Família
Se está interessado em participar, traga os seus amigos e familiares e inscreva-se já! :)
Por questões de organização (lugares na sala, almoço, etc.) agradecemos que se inscreva logo que possível em:
http://www.infamilia.org/convencao2008.php
Cumprimentos,
A Direcção da In Família,
sexta-feira, 4 de julho de 2008
6107 mulheres abortaram, a pedido, de Julho a Dezembro de 2007
Abortos custam 4,4 milhões/ano
No primeiro semestre da entrada em vigor da nova lei do aborto, de 15 de Julho a 31 Dezembro de 2007, um total de 6107 mulheres abortou a seu pedido. Estes abortos custaram ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) 2,2 milhões de euros – 1,4 milhões pagos ao sector público e 828 mil entram nos cofres das clínicas privadas. A manter-se este ritmo, as interrupções voluntárias da gravidez (IVG) ao fim de um ano ultrapassarão as 12 mil e o custo da factura ascenderá a 4,4 milhões de euros.
Segundo dados da Direcção-Geral da Saúde, no segundo semestre de 2007 realizou-se um total de 6287 abortos, dos quais 6107 foram feitos a pedido da mulher e apenas 179 IVG (2,86%) foram feitas devido a razões médicas, resultantes de doença grave ou malformação congénita do feto, perigo de morte ou lesão grave para a mãe, ou ainda por violação. Desta última situação resultaram 12 gravidezes (0,2%).
De acordo com os valores fixados em tabela pela portaria do Ministério da Saúde, a interrupção da gravidez, até às 10 semanas de gestação, realizada em ambulatório, é paga ao preço de 341 euros, no caso de uma interrupção medicamentosa (recurso a comprimidos), e de 444 euros, caso se trate de uma interrupção cirúrgica.
Ora, face a estes custos, os 4241 abortos (69,46%) realizados no segundo semestre de 2007 no sector público (hospitais e centros de Saúde) representaram uma despesa de 1,4 milhões de euros, enquanto as 1865 IVG realizadas no sector privado custaram ao SNS 828 mil euros.
A legalização da IVG pretendeu acabar com os abortos clandestinos. Questionado pelo CM, Francisco George, director-geral da Saúde (DGS), afirmou ter conhecimento de apenas "dois casos suspeitos". "Foram duas situações suspeitas que surgiram nas Urgências hospitalares devido a complicações e foram devidamente investigadas."
SERVIÇO PÚBLICO DÁ RESPOSTA A 70% DOS CASOS
Jorge Branco, coordenador nacional do Programa de Saúde Reprodutiva e director da Maternidade Alfredo da Costa, afirmou ao CM que o dinheiro despendido no Serviço Nacional de Saúde fica no sistema, não sendo considerada uma despesa. "Os portugueses, quando decidiram maioritariamente aprovar em referendo a intervenção legal da interrupção voluntária da gravidez, sabiam que havia custos. Em todo o caso, o serviço público tem uma capacidade de resposta muito grande, de quase 70 por cento, o que é muito superior em relação a Espanha, que em mais de 90 por cento dos casos tem de recorrer ao sector privado. O dinheiro despendido no SNS fica no sistema hospitalar português, entra nas contas gerais dos contratos-programa, não é considerado uma despesa", explicou.
MADEIRENSES NÃO VÊM AO CONTINENTE
Nenhuma grávida madeirense se deslocou ao Continente para efectuar um aborto até às 10 semanas de gestação numa unidade de saúde pública ou convencionada com o Serviço Nacional de Saúde . O desconhecimento de casos foi transmitido ao CM pelo coordenador nacional do Programa de Saúde Reprodutiva, Jorge Branco. "As mulheres açorianas de vez em quando vêm às unidades de Saúde do Continente fazer a IVG quando as unidades locais estão com mais dificuldade. Quanto às grávidas da Madeira, não tenho qualquer conhecimento, não sei de nenhuma mulher que tenha recorrido às unidades de Saúde do Continente."
Pode ler a notícia no site original AQUI.
I Convenção Nacional da Família
A Associação, em colaboração com outras entidades, organiza no próximo dia 12 de Julho, na Universidade do Minho, em Braga, a I Convenção Nacional da Família, com o objectivo de alertar para “Os Desafios Actuais da Família, nomeadamente, a conciliação do trabalho e da família, numa altura em que Portugal atravessa uma grave crise social e um défice de natalidade dramático.
Na Convenção serão abordados três grandes temas: Casamento, Educação e Conciliação do Trabalho e da Família. O último tema será apresentado por uma das maiores especialistas mundiais em Work and family balance e Family-responsible organizations, Nuria Chinchilla, Directora do International Center on Work and Family e Professora no IESE - Business School de Barcelona.
PROGRAMA
09:30 Recepção
09:55 Sessão de boas-vindas
Fernando Almeida Presidente da In Familia
10:00 Casamento: muito mais que um contrato
Matilde Sousa Franco Deputada da Assembleia da República
10:45 Liberdade de Ensinar e de Aprender
António Pinheiro Torres Fundador do Fórum para a Liberdade de Educação
11:30 Intervalo
12:00 Empresas familiarmente responsáveis
Rosa Freitas Soares Deloitte – Prémio “Empresa Mais Familiarmente Responsável”
13:00 Almoço em família
15:00 Um ano In Familia
15:15 Conciliação do trabalho e da família
Nuria Chinchilla Directora do International Center on Work and Family
Professora no IESE - Business School, Barcelona
16:45 Sessão de encerramento
A CONVENÇÃO PARA OS PEQUENINOS
09:30 Acolhimento dos meninos
10:30 Música relaxante e canções
11:00 Ateliê de nutrição e merenda colorida
12:00 Trabalhos manuais, teatro, palhaços
13:00 Almoço em família
14:00 Expressão artística e conto de histórias
15:00 Actividades radicais e jogos divertidos
16:00 Ateliê musical, fitness e bombos
16:45 Gincana da família (participação dos pais)
Babysitting a cargo de Miúdos e Pimpolhos – Creche e Infantário
quinta-feira, 3 de julho de 2008
OS SINAIS DOS EXPOSTOS
Diário de Notícias :: 2008.07.03
Há mais de 20 anos entregaram-me o Arquivo Histórico da Misericórdia de Lisboa. Fui ver como era e deparei-me com uma cave escura, uma entrada de garagem, no chão poças de água suja, beatas e folhas soltas do Crime e da Bola.
Não era um começo promissor, mas segui em frente acolitada por uma equipa feita com a prata da casa e um jovem estagiário licenciado em História.
O simples gesto de abrirmos as primeiras caixas e de desatarmos os cordéis que amarravam os pacotes poeirentos e amarelados pareceu revelar--se como que uma profanação, só atenuada pela reverência da nossa curiosidade. Do primeiro maço de cartas constavam as guias de remessa de recém-nascidos, assinadas pelo Enfermeiro-Mor do Hospital de Todos-os-Santos. Eram os sobreviventes de gravidezes ocultas, famintas e desamparadas que haviam causado a morte das mães.
Mas foi das caixas que saíram, intactos no meio do farelo em que o papel se tinha transformado, os primeiros sinais dos expostos. Havia sinais de todos os géneros: os de pedras preciosas, ouro e prata ou confeccionados em tecidos ricos como o brocado, o veludo ou a seda revelavam a origem nobre do exposto; outros, muito mais modestos, eram feitos em tecidos pobres, bordados em singelo ponto de cruz ou ponto pé-de-flor e, por vezes, uma pequena medalha.
Enquanto que das crianças enviadas pelo Enfermeiro-Mor não se sabia mais nada, as que eram deixadas na Roda levavam, quase sempre, aquele sinal. Mãos amorosas tinham-nos confeccionado no desespero de uma circunstância fortuita e na esperança de um reencontro futuro. As mãos que abandonavam eram as mesmas. Paradoxo? Não me parece; apenas um derradeiro esforço de impedir que o tempo tudo apagasse ou um acto final de expiação.
Não minto se disser que aqueles sinais, resistentes ao tempo, que no seu conjunto contavam séculos de histórias, dramas, sofrimento e, decerto, também redenção foram tão avassaladoramente esclarecedores que nada do que li ou experimentei depois me elucidou tanto. O abandono de recém-nascidos é antigo como o mundo, existiu em todas as classes sociais, consta de muitas das lendas e contos que passaram de geração em geração. Heróis da mitologia e figuras bíblicas foram mesmo despojados de qualquer maternidade como se assim assumissem mais plenamente a sua grandeza: Rómulo e Remo alimentados por uma loba, Moisés deixado numa cesta deslizando pelas águas do Nilo até às mãos com- passivas da irmã do Faraó. Ao longo de séculos, gerações de mulheres abandonaram os filhos e em muitos casos esse foi, ainda, um acto de amor.
Os tempos modernos criaram a ilusão de que tais factos, agora apelidados de "fenómenos", eram residuais, que as causas que os provocavam iam desaparecer. Não foi assim. A Roda acabou mas foi substituída por uma pirâmide burocrática sem coração e sem rosto. As mãos que, após o toque da sineta, faziam girar a roda e acolhiam a criança exposta foram substituídas por um Estado que, como se viu em Portugal, deixa impunemente que as crianças sejam usadas e abusadas. A condição humana é imutável e a sua pseudo-sofisticação parece não ter resultado.
Prova disso mesmo está no recente relatório do Conselho da Europa sobre as novas Rodas ou as "Caixas de Bebés", que proliferam oficialmente em países europeus como a Suíça, Itália, Alemanha e Bélgica, nos Estados Unidos e, mais recentemente, no Japão. Aos argumentos contra, assentes no incitamento a práticas criminosas e à desresponsabilização dos progenitores que estas Caixas podem fomentar, surgem os argumentos a favor, da preservação da integridade física e da vida destas crianças. Acresce que as novas rodas acarretaram uma salutar alteração legislativa: criança deixada na Caixa é imediatamente registada e, decorrido um curto período em que os pais a podem reclamar, é entregue sem mais formalidades aos candidatos à adopção.
Este realismo lúcido confortou-me. Tanto, devo dizê-lo, como me tem inquietado a cartilha oficial do abandono, em Portugal. Muitas crianças, poucos sinais...
Avaliação
RR on-line :: 2008.06.23
Talvez fosse sendo tempo de cada um, no seu sector, ser capaz de fazer um pouco de auto crítica.
Portugal e os portugueses têm um problema com a avaliação. Seja em que matéria for, tendemos sempre a pensar que somos injustiçados, que não nos dão o devido valor ou, quando as coisas correm mesmo mal, que tivemos azar.
É assim na educação, no trabalho, na política e até no futebol. E, talvez, seja esta a razão porque, quase sempre, valorizamos a mediocridade e desprezamos a excelência.
Os alunos têm más notas? Facilitemos os exames. A selecção nacional foi eliminada do Euro? Afinal, os nossos génios do futebol podem ser dispensados porque não são assim tão bons. E, este fim-de-semana, não deixou de ser curioso ver a comunicação social em peso ir comentando o congresso do PSD à luz do “palmódromo” da assistência e da maior ou menor excitação dos congressistas com o andamento dos trabalhos.
Convenhamos que em nenhum dos exemplos o critério de avaliação é adequado. É, por isso, que talvez fosse sendo tempo de cada um, no seu sector, ser capaz de fazer um pouco de auto-crítica. Se formos capazes de passar um pouco para lá da espuma dos dias, talvez a valorização dos melhores nos ajude a alcançar melhores dias e quem sabe a recuperar do nosso famoso atraso estrutural.