segunda-feira, 28 de julho de 2008

Parabéns aos avós!

Na passagem do Dia dos Avós, aqui fica a homenagem da In Familia aos nossos queridos avós!
Dia Dos Avós

Edição e Pesquisa de Lenise Resende

Avôs e avós mantêm rituais e tradições, possuem um tesouro de histórias primais, ensinam os jovens e nutrem a lembrança dos espíritos ancestrais que protegem a comunidade. Eles escutam os sonhos e dizem o que significa uma nova palavra. Sabem montar um caniço, colocar isca no anzol e sabem onde é o melhor lugar. Vivem entre objetos esquisitos, que eles apreciam, e seu cheiro é inesquecível. Resta-lhes pouco tempo, no entanto, muito tempo para dedicar." (James Hillman in A força do caráter - e a poética de uma vida longa.)


O papel dos avós

No jornal Correio Braziliense, há um esclaredor artigo do pediatra Márcio Lisbôa, sobre o papel dos avós: "... Cada vez mais acho que os avós desempenham um papel importante e fundamental nas famílias, muitas vezes constituindo seu sustentáculo material e moral, dando suporte financeiro, conselhos equilibrados e judiciosos, apaziguando conflitos, freando entusiasmos irrefletidos ou ambições desmedidas. Além de conselheiros devem se portar como educadores complementares. A não ser em situações excepcionais, não cabe a eles o papel de pais, nem mesmo de pais de reserva... Com mais tempo disponível do que os pais, têm mais tempo para dar atenção aos netos, mimá-los, ouvir com paciência suas queixas e reclamações.

As avós costumam ser grandes contadoras de histórias e podem usá-las para ensinar muita coisa útil. As histórias tradicionais transmitidas de gerações a gerações, os feitos familiares, os acontecimentos divertidos, os costumes, os progressos. As crianças adoram saber suas raízes. Orgulhar-se da família é uma boa contribuição para a auto-estima...

Pais e avós devem se por de acordo em relação a uma série de medidas educativas para que os objetivos sejam atingidos; atitudes contraditórias, além de confundir as crianças, podem ser foco de desavenças familiares... Em suma, nós avós devemos: ouvir nossos netos para que eles se sintam compreendidos, porém sem julgar os pais; contar coisas, fatos, histórias, que sejam agradáveis a eles; compreendê-los, sem desvalorizar os pais; evitar, se possível, repreendê-los ou puni-los, pois nosso papel é educá-los, usando para isso nosso exemplo e nosso amor."


A origem da comemoração

O dia 26 de julho, é conhecido como Dia dos Avós, porque esse é o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais da Virgem Maria e avós de Jesus Cristo. A festa de Sant'Ana foi instituída em 1584. E, só no século passado, no novo calendário litúrgico, Sant'Ana e São Joaquim, passaram a ser celebrados no mesmo dia. Conta a história que Ana e o marido, Joaquim, não tinham filhos, mas sempre rezavam pedindo que o Senhor lhes enviasse uma criança, prometendo consagrá-la ao seu serviço. Ana teve uma menina aos quarenta anos e a batizou de Maria. A fim de cumprir o voto que havia feito, aos três anos levou a menina ao Templo, deixando-a ao serviço divino. Neste local Maria foi educada, ficando aí até a época do noivado com São José. O culto aos pais da Virgem Maria é antigo, sobretudo entre os gregos.

No Evangelho, no entanto, não há qualquer menção aos seus nomes. Só no Proto-Evangelho de Tiago, apócrifo do séc.II, há a história de Joaquim e Ana, pais da Virgem Maria. Mas, mesmo tendo sido escrito naquele tempo, texto apócrifo, não era considerado inspirado por Deus, por isso, não está na Bíblia.


Uma das irmãs de Sant'Ana, chamava-se Sobe e era mãe de Santa Isabel e avó de São João Batista. Sant'Ana é a padroeira dos idosos e das mulheres grávidas. Dizem que concede gravidez às mulheres estéreis. São Joaquim é considerado patriarca da família.

Moral de uma história imoral

Gonçalo Portocarrero de Almada
Magazine Grande Informação
A disparatada ideia de um matrimónio indissolúvel esteve em voga nos últimos dois mil anos. Modernamente, achou-se que era muito monótono um casamento para sempre e, por isso, inventou-se o casamento a prazo, ou seja, precário. Ao princípio, a lei entendia dever proteger os interesses dos filhos e do cônjuge contra os quais era pedido o divórcio. Mas como um tal conceito de culpa ou de responsabilidade parecia contrário à moralidade laica, entenderam agora os deputados que o matrimónio deve ser revogável em qualquer caso, mesmo a pedido do cônjuge faltoso. Esta moderna liberdade democrática mais não é, portanto, do que uma nova versão do antigo repúdio.
A possibilidade do despedimento do cônjuge, sem necessidade de nenhuma razão, não tem contudo paralelo na legislação laboral, onde se exige que a entidade patronal seja mais respeitosa dos direitos dos seus assalariados. Quer isto dizer, em poucas palavras, que o patrão pode agora mandar bugiar a sua patroa sem necessidade de se justificar e até mesmo depois de a ter sovado, mas já não pode despedir com a mesma liberalidade a sua secretária pois, para um tal desatino, a lei exige-lhe uma justa causa.
A incongruência entre os dois regimes legais é de feição a concluir que o Estado prefere as empresas às famílias; ama mais o lucro do que a moral. Mas também ensina que quem quiser uma duradoira relação pessoal deve optar pelo contrato de trabalho e nunca pelo matrimónio, do mesmo modo como, quem pretenda um vínculo contratual facilmente rescindível, deve casar-se e nunca enveredar por um contrato laboral.
Quer estabelecer uma relação estável, com uma pessoa do outro sexo, contando para o efeito com todas as garantias legais? Pois bem, estabeleça com essa pessoa um contrato de trabalho e fique descansado, porque o Estado vai assegurar o fiel cumprimento desse pacto, ao contrário do que aconteceria se com ela casasse, porque o matrimónio é um vínculo tão precário que nem sequer se necessita nenhuma razão para proceder à sua extinção. Se o problema é, pelo contrário, conseguir uma pessoa que assegure o serviço doméstico, sem perder a possibilidade legal de a despedir se a sua prestação não for satisfatória, mesmo que a lei não contemple esse caso para a rescisão do respectivo contrato laboral, a solução é simples: recorra a uma pessoa do outro sexo e case-se com ela, pois mesmo que não tenha qualquer razão que justifique legalmente o seu despedimento, o Estado garantirá a possibilidade de dela se divorciar quando e como quiser.
Quer uma relação para toda a vida? Faça um contrato de trabalho, mas não case! Quer uma relação precária, de que se possa desembaraçar quando quiser e sem necessidade de nenhuma causa justa? Case, pois não há vínculo jurídico mais instável no sistema jurídico português! Moral desta história imoral: empregue a pessoa que escolheu para parceiro de toda a sua vida e case com a sua mulher-a-dias!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Casamentos ‘gay’, o debate e a estupidez

Expresso :: 2008.07.19

Quando todos gritam contra a discriminação, alguém se lembra que é discriminação entregar uma criança à adopção por homossexuais? A adopção é, na verdade, a agenda escondida por trás da insistência no nome ‘casamento’ para essas uniões.

Antes que venha a ILGA, ou outro qualquer lóbi «gay», acusar-me da costumeira homofobia ou coisas do estilo, permitam-me que diga o seguinte: sou, no geral, contra qualquer discriminação, nomeadamente contra a discriminação de homossexuais.Isto passa por defender, como absolutamente legítimo e inquestionável, a possibilidade de os casais homossexuais terem mais ou menos o mesmos direitos do que os outros casais. E digo mais ou menos porque há um direito que eu sei que eles não devem ter: o de adoptar crianças. Reparem que eu jamais direi que um casal homossexual, só por o ser, não sabe tratar crianças com amor e com todos os requisitos de que elas necessitam. Mais: defendo - e defendi, numa crónica neste jornal quando a questão concreta se pôs - que um tribunal não pode tirar um filho ao seu pai ou mãe natural baseado no facto de ele (ou ela) ser homossexual.

Apenas digo que o Estado, ou quem guarda as crianças a adoptar, não deve discriminar nenhuma delas entregando-a a um casal que não está dentro da norma (no sentido em que a norma, encarada do ponto de vista meramente estatístico, é o casal heterossexual). Aliás, quando o primeiro-ministro, criticando Manuela Ferreira Leite, considerou ‘pré-moderno’ afirmar que o casamento se destina à procriação, eu permito-me discordar. Não é pré-moderno, é da condição humana.

Todos nós ao cimo da terra somos filhos de um pai e de uma mãe e não de dois pais ou de duas mães. O Estado pode legislar contra este facto da natureza, mas é arrogante pensar que pode alterá-lo na sua essência.

De resto, a discriminação que sofreria uma criança entregue a um casal homossexual é, a meu ver, muito mais condenável do que não chamar ‘casamento’ à união que consagra os direitos de dois homossexuais.

Acrescentaria, ainda, que uma lei de coabitação bem feita poderá perfeitamente servir. Com a vantagem de o Estado não necessitar de saber quem é homossexual e quem apenas vive junto por necessidade económica, amizade pura ou outro qualquer aspecto que só ao próprio diz respeito.

Resolver problemas na prática é a finalidade da política. Se permitir todos os direitos menos o da adopção (como parece ser a disposição do PS e do PSD), não se pode chamar a essa junção ‘casamento’, como pretendem certos políticos convencidos da sua modernidade. A insistência no nome apenas revela a agenda escondida, ou seja, a adopção de crianças por homossexuais. E isso seria de uma estupidez imperdoável.

Para ver a notícia no site original Aqui.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Destino dos óleos alimentares usados

AMI :: 2008.07.18

Pela primeira vez, vai passar a existir em Portugal, uma resposta de âmbito nacional para o destino dos óleos alimentares usados.
A partir de dia 15 de Julho, a AMI lança ao público este projecto que conta já com a participação de milhares de restaurantes, hotéis, cantinas, escolas, Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais.


A AMI dá com este projecto continuidade à sua aposta no sector do ambiente, como forma de actuar preventivamente sobre a degradação ambiental e sobre as alterações climáticas, responsáveis pelo aumento das catástrofes humanitárias e pela morte de 13 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Os cidadãos que queiram entregar os óleos alimentares usados, poderão fazê-lo a partir de agora. Para tal, poderão fazer a entrega numa garrafa fechada, dirigindo-se a um dos restaurantes aderentes, que se encontram identificados e cuja listagem poderá ser consultada no site http://www.ami.org.pt/.
Os estabelecimentos que pretendam aderir, recebendo recipientes próprios para a deposição dos óleos alimentares usados, deverão telefonar gratuitamente para o número 800 299 300.
Este novo projecto ambiental da AMI permitirá evitar a contaminação das águas residuais, que acontece quando o resíduo é despejado na rede pública de esgotos, e a deposição do óleo em aterro. Os óleos alimentares usados poderão assim ser transformados em biodiesel, fornecendo uma alternativa ecológica aos combustíveis fósseis, e contribuindo desta forma para reduzir as emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE). Ao contrário do que por vezes acontece com o biodiesel de produção agrícola, esta forma de produção não implica a desflorestação nem a afectação de terrenos, nem concorre com o mercado da alimentação.
São produzidos todos os anos em Portugal, 120 milhões de litros de óleos alimentares usados, quantidade suficiente para fabricar 170 milhões de litros de biodiesel. Este valor corresponde ao gasóleo produzido com 60 milhões de litros de petróleo, ou seja, o equivalente a cerca de 0,5% do total das importações anuais portuguesas deste combustível fóssil. A AMI dá assim a sua contribuição para favorecer a independência energética do país, conseguindo atingir este objectivo de forma sustentável e com uma visão de longo prazo, não comprometendo outros recursos igualmente fundamentais para o desenvolvimento da sociedade e para o bem-estar da população.
Segundo a União Europeia, o futuro do sector energético deverá passar pela redução de 20% das emissões de GEE até 2020, assim como por uma meta de 20% para a utilização de energias renováveis. Refere ainda uma aposta clara na utilização dos biocombustíveis, que deverão representar no mínimo 10% dos combustíveis utilizados.
A UE determina ainda que os Estados-Membros deverão assegurar a incorporação de 5,75% de biocombustíveis em toda a gasolina e gasóleo utilizados nos transportes até final de 2010 e o Governo anunciou, em Janeiro de 2007, uma meta de 10% de incorporação de biocombustíveis na gasolina e gasóleo, para 2010.
As receitas angariadas pela AMI com a valorização dos óleos alimentares usados serão aplicadas no financiamento das Equipas de Rua que fazem acompanhamento social e psicológico aos sem-abrigo, visando a melhoria da sua qualidade de vida.

Fundação AMI
Rua José do Patrocínio, 49 1949-008 Lisboa Tel. 218 362 100 Fax 218 362 199

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Impresa aumenta ordenados em 5 %


Global Notícias :: 2008.07.18


A Impresa vai atribuir aos seus trabalhadores um aumento intercalar de 5% para quem recebe um vencimento até 1500 euros brutos.

Francisco Pinto Balsemão explicou a medida com "as grandes dificuldades que o aumento dos combustíveis e dos bens essenciais causam às famílias de menores rendimentos".

A Impresa teve um prejuízo de 331 mil euros no primeiro trimestre.

A UGT e CGTP já aplaudiram esta iniciativa.


A questão que agora se coloca é: quem seguirá este bom exemplo?

Atribulações de um chinês fora da China

João César das Neves, Professor universitário

Diário de Notícias :: 2008.06.30

Honorável primo Chu,

Agradeço a carta e as notícias. Espero que tudo continue bem aí em Beijing. Como passa a tia Ma? Por cá as coisas andam prósperas. Com os estrangeiros daqui em crise, é bom para a nossa loja e restaurantes.

Quanto às perguntas que me faz acerca dos ocidentais, tem toda a razão em estar preocupado com os Jogos Olímpicos que se aproximam. Tenha muito cuidado, porque os narizes compridos só dizem mentiras. Falam muito em liberdade e querem ensinar a todos o que ela é, mas só conhecem as liberdades que não interessam. Faltam-lhes as realmente importantes.Andam muito orgulhosos por poderem escolher os chefes e dizer mal deles. Como acham que nós não dizemos, consideram-nos oprimidos. Mas não têm liberdade para vender, comer, guiar, despejar lixo e mil outras coisas. É proibido fumar cigarros, cortar árvores, fazer barulho. Vendem só a certas horas e em certos sítios. Não se pode trabalhar à noite ou quando se é velho. Nem imagina o que eles exigem para se andar de carro (por exemplo, um colete verde!!).
Proíbem muitas comidas, das nossas ou mesmo das que eles sempre comeram. Ficam fulos se não dividimos o lixo. Até querem controlar a maneira como se escreve. Tudo tem regras, imposições, limites. Sobretudo papéis. Muitos papéis. Chamam a isto progresso e liberdade.

O Fu diz que a vida na terra dos narizes grandes é como a que tínhamos no tempo do Camarada Mao. Eu achava exagero (sabe como é o primo Fu...) mas um dia vi que tinha razão. Vieram ao restaurante alguns guardas vermelhos armados. Diziam ser fiscais da economia, mas senti aquele mesmo medo da revolução cultural. Viram tudo, inventaram multas por nada, ralharam e levaram preso o tio Deng.Como no tempo do Camarada Mao, os ocidentais passam horas em doutrinação política. Aqui é em frente à televisão. Um deles disse- -me que era muito diferente da China, porque não é doutrina, mas notícias e debates (exactamente como lhe chamavam os comissários do povo), e porque se pode escolher aquilo que se ouve. Ao princípio acreditei, mas depois vi que não há escolha. Todos dizem o mesmo. E querem eles ensinar-nos liberdade!

Como vai ter narizes grandes em Beijing, precisa conhecê-los. Diz-se que só pensam em dinheiro, mas isso também nós. A diferença é que, além da tal liberdade, eles adoram três coisas: papéis, saúde e sexo. Quando aos papéis, já lhe expliquei: há papéis para tudo. Não sei se foi boa ideia termos-lhe dado essa nossa invenção. Depois andam sempre aterrorizados com a saúde. Gastam imenso dinheiro em médicos e remédios, mesmo quando não estão doentes. Para eles tudo -comida, sexo, trânsito, desporto- é um problema de saúde. Andam loucos com o corpinho. Depois morrem como toda a gente.

Quando não é papéis ou médicos, é sexo. A coisa que mais os cega é sexo. Aqui as mulheres deles andam quase nuas na rua (cuidado com as primas!!). Cega-os porque não o entendem. O sexo deles não é para ter filhos, mas para vender sabonetes. Não é para ter família e ser feliz, mas para trair, zangar, ter sarilhos. Chamam-lhe liberdade, claro!Liberdade! Nem fazem ideia o que seja! Também não sabem o que é honra, respeito, dignidade. Escolhem os chefes (embora, como aí, os que mandam sejam sempre os mesmos), mas logo a seguir começam a dizer mal deles. Só querem a liberdade de criticar porque odeiam os chefes. Odeiam muito mais que nós. Nunca vi um povo odiar tanto. Quem diz pior do Ocidente são os jornais ocidentais (se ler o que dizem da China, farta-se de rir porque eles não sabem nada).

Descobri um truque que lhe pode ser muito útil: nas discussões com eles é fácil pô-los a gritar entre si. Quando criticarem a política do filho único, diga-lhes que têm menos os filhos que nós. Se acusarem a pena de morte, acuse a eutanásia e o aborto. Se falarem no Tibete pergunte-lhes pelo Iraque. É que eles além dos chefes, odeiam o sistema (dizem sempre que está "podre"), odeiam a vida, odeiam-se a si mesmos. Este povo adora dizer mal de si próprio. Chamam-lhe liberdade.

Saudades do primo Guo

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Ligeireza


João César das Neves, Professor Universitário

Destak :: 2008.07.17

No jantar após o recente debate parlamentar, o senhor primeiro-ministro afirmou: «Eu sou de um partido onde era absolutamente impossível que um líder pudesse dizer que o principal objectivo da família é a procriação. Aqui no PS não temos essas frases porque elas são pré-modernas, e como já alguém disse, parece-me até que são pré-Concílio Vaticano II» (RR, 11/Julho, 2:23).

De facto, ele nunca diria isso. Aliás, este executivo é o primeiro que, no seu Programa de Governo aprovado em 2005, não incluiu uma secção sobre os problemas da família ou menção sobre a grave decadência demográfica de Portugal.

Influenciado por ideologias obsoletas, o Governo manifesta total ignorância sobre isto. Enfrenta já alguns dos seus efeitos, como o envelhecimento, a crise da segurança social, imigração, insucesso escolar, marginalidade, crime, desemprego, desertificação, divórcio, solidão. Até foi obrigado a arranjar à pressa uns apoios à natalidade que além de inúteis são quase patéticos. Mas não consegue entender aquilo que ensinam todos os autores sérios de Sociologia, Demografia, Economia e Ciência Política, que a crise da família é a principal causa comum de todos estes problemas e são necessárias medidas rápidas e inteligentes para lidar com algo que, sendo de enorme complexidade, pode destruir a cultura, sociedade e economia portuguesas.

Entretanto, com ligeireza inacreditável, o senhor primeiro-ministro prefere tratar estas coisas como antiquadas ou religiosas. Na sua cegueira, até se orgulha do que será a maior crítica que o futuro lhe fará.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

É preciso aprender a conciliar o trabalho com a vida familiar

Diário do Minho :: 2008.07.13

A directora do International Center on Work and Family defendeu ontem na 1.ª Convenção Nacional da Família, organizada pela associação In Família, que todos temos de aprender a conciliar o trabalho com a vida familiar e pessoal. Caso contrário, o trabalho é como um gás que se introduz em todos os furos que deixamos na agenda e acaba por ocupar o tempo e a energia necessária para a vida familiar e pessoal.


Segundo Nuria Chinchilla, o primeiro passo para conciliar o trabalho com a família passa por um conhecimento pessoal, onde cada um terá que se questionar de onde venho, para onde vou, para que sirvo e o que quero ser. «A partir do momento em que clarificar as minhas prioridades parto para o trabalho, não só na minha missão pessoal, mas também descobrindo a missão da minha família, a missão empresarial em que trabalho e a minha missão social. São quatro missões, mas apenas uma única vida», disse.

Assim, salientou a investigadora, as pessoas têm de ser pró-activas na liderança da sua própria vida. «Se não tivermos realmente feito a reflexão sobre para que servimos e para onde vamos, as exigências que nos rodeiam acabam por nos dominar, gerando mais stress e, sobretudo, manipulando-nos como marionetas», realçou.

Na opinião de Nuria Chinchilla, esta atitude pró-activa é de extrema importância não só para as pessoas que a adoptem, como também para as suas famílias, para as empresas onde trabalham e para a sociedade em que estão inseridas.

Desta forma, sustentou, estamos a construir uma sociedade que vai ao encontro da ecologia humana.«Tal como estão estruturadas hoje a sociedade, as empresas e o que se verifica no seio das famílias, onde há pouco tempo para viver em família, as capacidades e virtudes necessárias para construir essas mesmas empresas e sociedades desenvolvem-se menos. É o que chamamos, do ponto de vista mais técnico, capital humano e capital social. A capacidade de estabelecer relações sãs, estáveis, verdadeiras e de confiança», disse.

Empresas mais humanas

Assim, na sua opinião, se a família falha na sua capacidade de se comprometer, porque já lá não se mora e a família é mais um hotel do que um lugar seguro, as pessoas que a compõem acabam também por falhar na sua vida profissional. Essas pessoas não irão pensar nas melhores formas de construir a empresa em que estão inseridas, ou seja, na sua doação. Pensam apenas em receber.

Desta forma, defendeu, é impossível edificar a estabilidade necessária para os negócios e para as sociedades sustentáveis. «Fala-se muito nas alterações climáticas, da ecologia e da preservação do meio ambiente, mas, na verdade, é necessário dar mais um passo. Os ecossistemas existem para garantir a sustentabilidade das pessoas e da sociedade», acrescentou.

Nesta ordem de ideias, Nuria Chinchilla considerou que é preciso repensar a empresa, para que esta seja mais humana, isto é, se torne numa “Empresa Mais Familiarmente Responsável”.
Segundo realçou a directora do International Center on Work and Family, é de extrema importância implementar e ampliar este novo conceito, que significa construir empresas mais à medida do homem e da mulher, porque estas empresas tornam-se mais produtivas e mais competitivas.

«Em Espanha, este conceito cresceu muito e temos já um certificado da empresa mais familiarmente responsável. No IESE – Business School, em Barcelona, temos também uma base de dados com mais de duas mil empresas que, em cada ano, vão vendo se melhoraram ou não, por exemplo, em termos de flexibilidade laboral, no apoio a quem tem filhos ou pais dependentes», explicou.

Em Portugal existe já o prémio “Empresa Mais Familiarmente Responsável”, que já vai na sua 4.ª edição e é uma iniciativa da AESE, da Deloitte e do Diário Económico. A evolução este prémio também foi ontem apresentado nesta1.ª Convenção Nacional da Família, tratando-se de uma distinção que visa reconhecer as melhores práticas das empresas a operar no país, na área das políticas familiares, designadamente, ao nível das políticas de flexibilidade do tempo, benefícios sociais e apoio profissional aos colaboradores e seus familiares directos.

Ao Diário do Minho, Rosa Freitas Soares, da Deloitte, disse que a conciliação trabalho/família tem sido um valor que as empresas estão progressivamente a dar importância nos últimos anos e que as boas práticas também têm vindo a aumentar e a impor-se no seio destas mesmas empresas.

Pode ler a notícia no site original AQUI.

Portugal não tem coragem para implementar o “cheque ensino”

Diário do Minho :: 2008.07.13

O fundador do Fórum para a Liberdade de Educação é de opinião que não tem havido coragem em Portugal para implementar o “cheque ensino” porque isso iria «pôr em causa muitos interesses instalados».

Segundo António Pinheiro Torres, que falava à margem da 1.ª Convenção Nacional da Família, que decorreu ontem na Universidade do Minho organizada pela In Familia, caso o “cheque ensino” fosse adoptado punha em causa, desde logo, «os interesses instalados de toda a burocracia do Ministério da Educação». «Depois, punha em causa todos os interesses instalados do sistema de ensino estatal e, por essa razão é que não é dada essa liberdade aos cidadãos de escolherem livremente que escola é que pretendem para os seus filhos, que tanto pode ser estatal, como privada», acrescentou.

Para o ex-deputado do PSD na Assembleia da República, o sistema do “cheque ensino” que preconiza não tem como objectivo que os alunos se mudem para o ensino privado. A medida, sustentou, serviria para que os pais escolhessem livremente a escola onde gostariam de ver os seus filhos.

«Esta seria uma medida fundamental para a liberdade de educação em Portugal e também para a qualidade do ensino porque, nos locais onde isso já foi feito, como em alguns estados dos EUA, todo o sistema de educação melhorou. Não apenas naquelas escolas onde era utilizado o cheque ensino como também nas outras escolas que se encontravam em concorrência com estas. Portanto, melhora a qualidade global da educação num país», sustentou.

Por outro lado, António Pinheiro Torres considerou ainda que a par de não haver liberdade de educação em Portugal, existe também uma pretensão do Estado de impor a educação que os seus burocratas pretendem aos alunos. Segundo sustentou, é a própria estrutura do Ministério da Educação que “engole” quem tem ideias inovadoras para o sector e, por isso, a melhor forma de haver liberdade de educação em Portugal é desmantelar aquela estrutura. Ou seja, este desmantelamento deveria concretizar-se na divisão do Ministério da Educação em duas partes. Uma para a gestão das escolas das redes estatais e outra encarregue das funções de regulação e fiscalização.

Questionado sobre qual a melhor forma para se lutar pela liberdade de educação em Portugal, o ex-deputado considerou ser muito importante o combate através da acção política. «Cada um, no partido que for do seu agrado, deve defender estas ideias e, sobretudo, fazer sentir aqueles que os representam a importância desta questão da liberdade e a obrigação que têm de dar esta liberdade a todos os portugueses», disse. Aos pais, acrescentou, também cabe um papel importante como interventores nas escolas, apesar dos limites que o Ministério da Educação coloca.

A horrível lei do divórcio

Ainda durante a manhã de ontem, a deputada do PS Matilde Sousa Franco esteve presente na convenção para falar sobre “Casamento: muito mais que um contrato”. Na sua intervenção, a deputada falou da «horrível lei do divórcio» aprovada pela Assembleia da República e contra a qual votou, sendo a única da sua bancada a fazê-lo. «O que interessa é a pessoa ser coerente consigo própria e eu, quando fui convidada para ser deputada todos já sabiam a minha maneira de ser e a minha maneira de pensar», disse. Na sua opinião, a legislação aprovada é «horrível».

«Analisando a lei, acho que, para uma leiga como eu, vê-se que ela é má. Leis parecidas com esta foram já aplicadas noutros países com resultados muitíssimo maus», salientou. Assim, Matilde Sousa Franco realça que vê com grande preocupação uma lei que tem dado maus resultados noutros países, como é o caso dos Estados Unidos da América, onde a legislação já foi alterada. «Aliás, os estudiosos associam este tipo de lei sem culpa e esta liberalização dos divórcios a uma sociedade mais violenta e com problemas acrescidos», sustentou.

Por isso, a deputada, na sua declaração de voto, defendeu que seja introduzida no sistema de ensino uma nova disciplina, transversal a todos os anos, ou seja, desde o 1.º ao 12.º ano, denominada educação para a felicidade.

Segundo explicou, esta disciplina deveria incluir, por exemplo, normas de vida saudável, educação sexual numa perspectiva afectiva, regras de cidadania, estudos sobre o meio ambiente, defesa do património natural e cultural, e a protecção em caso de sinistros. «O substrato de toda esta disciplina seria sempre contrariar e prevenir o empobrecimento dos valores humanos, ser contra todo o tipo de violência, incentivando as relações interpessoais gratificantes, altruístas, disponíveis a favor do dialogo intercultural», salientou, lembrando que uma das cadeiras mais populares da Universidade de Harvard intitula-se “aprenda a ser feliz”.

Empresas devem mudar para apoiar a família

Jornal de Notícias :: 2008.07.13

Conciliação com o trabalho obriga a definir prioridades na própria família.
O universo das mulheres é pensado por homens. A conciliação entre o trabalho e a família necessita que as empresas repensem a sua organização, defendeu, ontem, uma das maiores especialistas mundiais.


Os desafios actuais da família estiveram, ontem, em análise, na primeira Convenção Nacional da Família, que juntou, na Universidade do Minho, em Braga, mais de 200 participantes. O ponto alto foi a presença de uma das maiores especialistas mundiais entre a conciliação familiar e profissional, Nuria Chinchilla, para quem é "urgente um novo paradigma empresarial".

O universo que rodeia as mulheres é pensado por homens e para homens do século passado. Por isso, para a especialista espanhola Nuria Chinchilla, "é importante repensar as empresas em termos de flexibilização de horários, do reconhecimento da rentabilidade, presenças, e resultados. No fundo, são necessárias empresas feitas à medida do homem e da mulher". No entanto, a directora do "International Center of Work and Family", chama a atenção que a conciliação começa em casa com a família a definir prioridades: "Muitas vezes o casal perde muita energia com coisas secundárias e isso transparece depois para o dia-a-dia no emprego. O trabalho é um meio para a família e não o contrário".

Nuria Chinchilla está convencida que uma das causas da descida acentuada da taxa de natalidade "foi a entrada massiva da mulher no mercado laboral e as novas realidades sociológicas: famílias de dupla carreira e famílias monoparentais. A mulher entrou a 100% no mundo laboral mas o homem não entrou a 100% no mundo da família". Por isso, as novas gerações ambicionam "poder conciliar trabalho, família e vida pessoal", sendo esta uma ambição "partilhada por homens e mulheres, mas difícil de atingir por várias razões, nomeadamente porque o tempo utilizado numa das funções, impede o exercício da outra e, os altos níveis de tensão verificados no cumprimento de uma das funções, afecta o desempenho de outras".

Os resultados das experiências em empresas familiarmente responsáveis são outro dos argumentos usados por Nuria Chinchilla para a mudança de paradigma: "Há uma relação directa entre serem as melhores empresas e serem familiarmente responsáveis; a criatividade e inovação fluem também com mais frequência e um maior empenho aliado a uma reduzida ausência são também evidentes".

Em Espanha já há 7% de empresas familiarmente responsáveis, mas em países como as Filipinas, Nigéria, toda a América Latina ou Panamá esta é uma realidade muito mais evidente. Uma outra convidada, Rosa Freitas Soares, da Deloitte, lembrou que "homens e mulheres integram, interagem e constroem o mundo profissional e a vida familiar. Estes dois âmbitos da vida pessoal não são necessariamente antagónicos. Pelo contrário, são realidades que devem conciliar-se na procura do equilíbrio e estabilidade pessoal, familiar, profissional e social".

Um dos fundadores do Fórum para a Liberdade da Educação, António Pinheiro Torres, fez uma análise do ensino em Portugal. "Constata-se que as escolas que temos são incapazes de responder aos novos problemas e, consequentemente, aos desafios e expectativas de cada aluno".

Pode ler a notícia no site original AQUI.

Casamento, trabalho e educação em análise na I Convenção Nacional da Família

Agência Ecclesia :: 2008.07.12

Terminou a I Convenção Nacional da Família sobre o tema “Desafios actuais da família”. Uma organização da associação In Família, com a parceria de outras associações de família e escolas de gestão, que pretendia ser uma referência nacional para todos aqueles que se preocupam com os assuntos da família e com os desafios que actualmente atravessa.


O presidente da Associação In Família, Fernando Almeida, explica à Agência ECCLESIA que a I Convenção Nacional quis reafirmar posições assumidas por todos quantos “se casam, pois comprometem-se para, em todos os quadros, estarem juntas”. A mensagem final deseja “reassumir o conceito de dom e compromisso para as nossas famílias”.

A Convenção queria abordar três grandes temas “essenciais para o contexto das famílias”, explica Fernando Almeida. Casamento e divórcio, liberdade de educação e a conciliação entre trabalho e família.
A Lei do divórcio, recentemente aprovada em Assembleia da República, foi abordada por Matilde Sousa Franco, deputada independente da bancada socialista, que advertiu que a nova Lei do Divórcio vai contribuir para um sério agravamento da violência e desagregação social.
A deputada prevê uma desagregação social e um aumento da violência, à semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos e no Reino Unido. “É evidente que vai haver mais divórcios e uma desagregação social gravíssima, bem como um aumento da violência”.
Matilde Sousa Franco não entende por que é que o PS resolveu aprovar esta lei, “até porque tinham sido apresentadas há um ano algumas ideias pelo Bloco de Esquerda, este ano surgiram mais algumas… e foi-se atrás disso”, lamentou.

Fernando Almeida dá conta à Agência ECCLESIA que foi feita uma denúncia acerca da lei do divórcio. “Novos paradigmas de vida, alterações de valores éticos, morais e culturais”, explica, recordando que “é impensável que duas pessoas se divorciem por alteração das faculdades mentais de um dos cônjuges”. O Presidente da In Família explica que “isto é inumano”.

No que respeita à educação, “foi defendido o conceito de serviço público de educação, contra o que consideramos uma educação de cariz sufocador, que é o que tem vindo a acontecer em Portugal”.
Fernando Almeida explica ainda que se manifestaram contra “rumos burocráticos e ideológicos veiculados no nosso sistema educativo”, que “não dá lugar às famílias que querem apostar em projectos educativos familiares”.

No terceiro grande tema foi defendido o conceito de “integração entre o trabalho e a família”. Fernando Almeida explica que este modelo pressupõe que “uma visão integral da vida das pessoas”.
Existem ainda hoje alguns preconceitos e obstáculos que podem funcionar como agentes impeditivos para que as mulheres atinjam lugares cimeiros na escada empresarial. Esta convicção é de Maria Nuria Chinchilla, especialista mundial em conciliação trabalho e família e professora e investigadora nas Universidades de Harvard e Stanford.
O desafio para as empresas é para a igualdade, pois segundo a investigadora, “a maternidade é a principal causa de discriminação no trabalho”. Nuria Chinchilla defendeu que um dos principais problemas que se colocam em particular às mulheres, é o facto de “não termos tempo nem energia para construir famílias”.
Para Nuria Chinchilla, não há um, mas dois tectos que impedem as mulheres de alcançarem a “penthouse” profissional. O “tecto de cristal”, que encerra em si o escasso apoio existente, tanto em casa como no trabalho, e o difícil acesso à informação e à rede de contactos masculina. Acresce ainda o denominado “tecto de cimento”, que indica que de acordo com estatísticas apresentadas, 33 por cento das mulheres recusam promoções devido à dificuldade de conciliar trabalho e família.
A cultura de longas jornadas laborais, duplas e triplas (a saber, trabalho, filhos e, muitas vezes, pais inclusive) aliada à ausência da flexibilidade laboral, gera stress e consequentes doenças associadas. A investigadora salientou ainda a discrepância salarial entre homens e mulheres.

Com Rádio Renascença

Pode ler a notícia no site original AQUI.

Empresas devem repensar dimensões do trabalhador

Correio do Minho :: 2008.07.13

Ideia foi defendida por Núria Chinchilla, especialista mundial em conciliação e família que, ontem, participou na I Convenção Nacional da Família. A responsável defende a formação de empresas familiarmente responsáveis.


Nuria Chinchilla, investigadora espanhola e professora do IESE de Barcelona - uma das mais prestigiadas escolas de negócios da Europa - referiu ontem, em Braga, no âmbito a I Convenção Nacional da Família, que as empresas devem ser repensadas "à medida do homem e da mulher".
Especialista na triangulação família, empresa e esfera social, Núria Chinchilla sublinha a necessidade das empresas flexibilizarem horários e repensarem a forma como o trabalho é desempenhado.
"Devemos trabalhar por objectivos, por resultados e não por presença. Às vezes há a possibilidade de trabalhar em casa", sustenta a investigadora, acrescentando que o trabalhador não pode ser encarado como "uma máquina", mas como uma pessoa que tem uma vida fora do trabalho.
"Se tivermos isto em conta dentro de uma empresa, seremos muito mais produtivos, mais competitivos e podemos atrair e reter mais talento. O que se passa neste momento é que há pouco talento, pouca gente comprometida que dê o melhor de si", refere a docente.
Núria Chinchilla refere que 20% dos empregados dão o seu máximo, enquanto que os restantes 80% dão o mínimo. Porquê? "Porque estão cansados, porque estão desiludidos, porque não estão comprometidos. Isso, em parte, deve-se à forma como trabalham as empresas", prossegue.
Durante a sua intervenção na I Convenção Nacional da Família, evento que decorreu durante o dia de ontem na Universidade do Minho, e que foi promovido pela Associação 'In Família', a especialista em conciliação trabalho e família referiu que há empresas que são criadas tendo em conta as várias dimensões do trabalhador, aquilo a que designa por empresas familiarmente responsáveis que, em Espanha, representam 7% das estabelecidas no mercado.
Estas são instituições que "têm em conta a pessoa completa, com todas as suas responsabilidades também fora do trabalho", diz a docente de nacionalidade espanhola, acrescentando que há uma correlação muito forte entre as empresas familiarmente responsáveis e as melhores nos diferentes sectores.

Pode ler a notícia no site original AQUI.

domingo, 13 de julho de 2008

Nova Lei do Divórcio é “ataque” à família

Rádio Renacença :: 2008.07.12
A nova Lei do Divórcio vai contribuir para um sério agravamento da violência e desagregação social. A tese é da deputada socialista Matilde Sousa Franco.



Matilde Sousa Franco, deputada independente da bancada parlamentar do PS, foi esta manhã a Braga, à 1ª Convenção Nacional da Família, alertar para os perigos da nova legislação que vai regulamentar os divórcios.

A deputada prevê uma desagregação social um aumento da violência, à semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos e no Reino Unido. “É evidente que vai haver mais divórcios e uma desagregação social gravíssima, bem como um aumento da violência”, explica.

Matilde Sousa Franco não entende por que é que o PS resolveu aprovar esta lei, “até porque tinham sido apresentadas há um ano algumas ideias pelo Bloco de Esquerda, este ano surgiram mais algumas… e foi-se atrás disso”, lamenta."


Pode ler a noticia no site original AQUI.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

LEMBRETE: 1ª Convenção Nacional da Família

A 1ª Convenção Nacional da Família, sob o tema "Os Desafios Actuais da Família", realiza-se já neste sábado, 12 de Julho, na Universidade do Minho em Braga.

Se está interessado em participar, traga os seus amigos e familiares e inscreva-se já! :)

Por questões de organização (lugares na sala, almoço, etc.) agradecemos que se inscreva logo que possível em:
http://www.infamilia.org/convencao2008.php

Cumprimentos,

A Direcção da In Família,

sexta-feira, 4 de julho de 2008

6107 mulheres abortaram, a pedido, de Julho a Dezembro de 2007

Correio da Manhã :: 2008.06.22

Abortos custam 4,4 milhões/ano

No primeiro semestre da entrada em vigor da nova lei do aborto, de 15 de Julho a 31 Dezembro de 2007, um total de 6107 mulheres abortou a seu pedido. Estes abortos custaram ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) 2,2 milhões de euros – 1,4 milhões pagos ao sector público e 828 mil entram nos cofres das clínicas privadas. A manter-se este ritmo, as interrupções voluntárias da gravidez (IVG) ao fim de um ano ultrapassarão as 12 mil e o custo da factura ascenderá a 4,4 milhões de euros.

Segundo dados da Direcção-Geral da Saúde, no segundo semestre de 2007 realizou-se um total de 6287 abortos, dos quais 6107 foram feitos a pedido da mulher e apenas 179 IVG (2,86%) foram feitas devido a razões médicas, resultantes de doença grave ou malformação congénita do feto, perigo de morte ou lesão grave para a mãe, ou ainda por violação. Desta última situação resultaram 12 gravidezes (0,2%).

De acordo com os valores fixados em tabela pela portaria do Ministério da Saúde, a interrupção da gravidez, até às 10 semanas de gestação, realizada em ambulatório, é paga ao preço de 341 euros, no caso de uma interrupção medicamentosa (recurso a comprimidos), e de 444 euros, caso se trate de uma interrupção cirúrgica.

Ora, face a estes custos, os 4241 abortos (69,46%) realizados no segundo semestre de 2007 no sector público (hospitais e centros de Saúde) representaram uma despesa de 1,4 milhões de euros, enquanto as 1865 IVG realizadas no sector privado custaram ao SNS 828 mil euros.

A legalização da IVG pretendeu acabar com os abortos clandestinos. Questionado pelo CM, Francisco George, director-geral da Saúde (DGS), afirmou ter conhecimento de apenas "dois casos suspeitos". "Foram duas situações suspeitas que surgiram nas Urgências hospitalares devido a complicações e foram devidamente investigadas."

SERVIÇO PÚBLICO DÁ RESPOSTA A 70% DOS CASOS
Jorge Branco, coordenador nacional do Programa de Saúde Reprodutiva e director da Maternidade Alfredo da Costa, afirmou ao CM que o dinheiro despendido no Serviço Nacional de Saúde fica no sistema, não sendo considerada uma despesa. "Os portugueses, quando decidiram maioritariamente aprovar em referendo a intervenção legal da interrupção voluntária da gravidez, sabiam que havia custos. Em todo o caso, o serviço público tem uma capacidade de resposta muito grande, de quase 70 por cento, o que é muito superior em relação a Espanha, que em mais de 90 por cento dos casos tem de recorrer ao sector privado. O dinheiro despendido no SNS fica no sistema hospitalar português, entra nas contas gerais dos contratos-programa, não é considerado uma despesa", explicou.

MADEIRENSES NÃO VÊM AO CONTINENTE
Nenhuma grávida madeirense se deslocou ao Continente para efectuar um aborto até às 10 semanas de gestação numa unidade de saúde pública ou convencionada com o Serviço Nacional de Saúde . O desconhecimento de casos foi transmitido ao CM pelo coordenador nacional do Programa de Saúde Reprodutiva, Jorge Branco. "As mulheres açorianas de vez em quando vêm às unidades de Saúde do Continente fazer a IVG quando as unidades locais estão com mais dificuldade. Quanto às grávidas da Madeira, não tenho qualquer conhecimento, não sei de nenhuma mulher que tenha recorrido às unidades de Saúde do Continente."

Pode ler a notícia no site original AQUI.

I Convenção Nacional da Família

A In Familia é uma Associação de Solidariedade Social, sem fins lucrativos, criada em Maio de 2007, em Braga, que pretende intervir em três âmbitos de actuação: Família, Vida e Responsabilidade Social.

A Associação, em colaboração com outras entidades, organiza no próximo dia 12 de Julho, na Universidade do Minho, em Braga, a I Convenção Nacional da Família, com o objectivo de alertar para “Os Desafios Actuais da Família, nomeadamente, a conciliação do trabalho e da família, numa altura em que Portugal atravessa uma grave crise social e um défice de natalidade dramático.

Na Convenção serão abordados três grandes temas: Casamento, Educação e Conciliação do Trabalho e da Família. O último tema será apresentado por uma das maiores especialistas mundiais em Work and family balance e Family-responsible organizations, Nuria Chinchilla, Directora do International Center on Work and Family e Professora no IESE - Business School de Barcelona.

PROGRAMA
09:30 Recepção
09:55 Sessão de boas-vindas
Fernando Almeida Presidente da In Familia

10:00 Casamento: muito mais que um contrato
Matilde Sousa Franco Deputada da Assembleia da República

10:45 Liberdade de Ensinar e de Aprender
António Pinheiro Torres Fundador do Fórum para a Liberdade de Educação

11:30 Intervalo

12:00 Empresas familiarmente responsáveis
Rosa Freitas Soares Deloitte – Prémio “Empresa Mais Familiarmente Responsável”

13:00 Almoço em família

15:00 Um ano In Familia

15:15 Conciliação do trabalho e da família
Nuria Chinchilla Directora do International Center on Work and Family
Professora no IESE - Business School, Barcelona

16:45 Sessão de encerramento


A CONVENÇÃO PARA OS PEQUENINOS
09:30 Acolhimento dos meninos
10:30 Música relaxante e canções
11:00 Ateliê de nutrição e merenda colorida
12:00 Trabalhos manuais, teatro, palhaços
13:00 Almoço em família
14:00 Expressão artística e conto de histórias
15:00 Actividades radicais e jogos divertidos
16:00 Ateliê musical, fitness e bombos
16:45 Gincana da família (participação dos pais)

Babysitting a cargo de Miúdos e Pimpolhos – Creche e Infantário

quinta-feira, 3 de julho de 2008

OS SINAIS DOS EXPOSTOS

Maria José Nogueira Pinto
Diário de Notícias :: 2008.07.03

Há mais de 20 anos entregaram-me o Arquivo Histórico da Misericórdia de Lisboa. Fui ver como era e deparei-me com uma cave escura, uma entrada de garagem, no chão poças de água suja, beatas e folhas soltas do Crime e da Bola.
Não era um começo promissor, mas segui em frente acolitada por uma equipa feita com a prata da casa e um jovem estagiário licenciado em História.

O simples gesto de abrirmos as primeiras caixas e de desatarmos os cordéis que amarravam os pacotes poeirentos e amarelados pareceu revelar--se como que uma profanação, só atenuada pela reverência da nossa curiosidade. Do primeiro maço de cartas constavam as guias de remessa de recém-nascidos, assinadas pelo Enfermeiro-Mor do Hospital de Todos-os-Santos. Eram os sobreviventes de gravidezes ocultas, famintas e desamparadas que haviam causado a morte das mães.
Mas foi das caixas que saíram, intactos no meio do farelo em que o papel se tinha transformado, os primeiros sinais dos expostos. Havia sinais de todos os géneros: os de pedras preciosas, ouro e prata ou confeccionados em tecidos ricos como o brocado, o veludo ou a seda revelavam a origem nobre do exposto; outros, muito mais modestos, eram feitos em tecidos pobres, bordados em singelo ponto de cruz ou ponto pé-de-flor e, por vezes, uma pequena medalha.

Enquanto que das crianças enviadas pelo Enfermeiro-Mor não se sabia mais nada, as que eram deixadas na Roda levavam, quase sempre, aquele sinal. Mãos amorosas tinham-nos confeccionado no desespero de uma circunstância fortuita e na esperança de um reencontro futuro. As mãos que abandonavam eram as mesmas. Paradoxo? Não me parece; apenas um derradeiro esforço de impedir que o tempo tudo apagasse ou um acto final de expiação.

Não minto se disser que aqueles sinais, resistentes ao tempo, que no seu conjunto contavam séculos de histórias, dramas, sofrimento e, decerto, também redenção foram tão avassaladoramente esclarecedores que nada do que li ou experimentei depois me elucidou tanto. O abandono de recém-nascidos é antigo como o mundo, existiu em todas as classes sociais, consta de muitas das lendas e contos que passaram de geração em geração. Heróis da mitologia e figuras bíblicas foram mesmo despojados de qualquer maternidade como se assim assumissem mais plenamente a sua grandeza: Rómulo e Remo alimentados por uma loba, Moisés deixado numa cesta deslizando pelas águas do Nilo até às mãos com- passivas da irmã do Faraó. Ao longo de séculos, gerações de mulheres abandonaram os filhos e em muitos casos esse foi, ainda, um acto de amor.

Os tempos modernos criaram a ilusão de que tais factos, agora apelidados de "fenómenos", eram residuais, que as causas que os provocavam iam desaparecer. Não foi assim. A Roda acabou mas foi substituída por uma pirâmide burocrática sem coração e sem rosto. As mãos que, após o toque da sineta, faziam girar a roda e acolhiam a criança exposta foram substituídas por um Estado que, como se viu em Portugal, deixa impunemente que as crianças sejam usadas e abusadas. A condição humana é imutável e a sua pseudo-sofisticação parece não ter resultado.

Prova disso mesmo está no recente relatório do Conselho da Europa sobre as novas Rodas ou as "Caixas de Bebés", que proliferam oficialmente em países europeus como a Suíça, Itália, Alemanha e Bélgica, nos Estados Unidos e, mais recentemente, no Japão. Aos argumentos contra, assentes no incitamento a práticas criminosas e à desresponsabilização dos progenitores que estas Caixas podem fomentar, surgem os argumentos a favor, da preservação da integridade física e da vida destas crianças. Acresce que as novas rodas acarretaram uma salutar alteração legislativa: criança deixada na Caixa é imediatamente registada e, decorrido um curto período em que os pais a podem reclamar, é entregue sem mais formalidades aos candidatos à adopção.

Este realismo lúcido confortou-me. Tanto, devo dizê-lo, como me tem inquietado a cartilha oficial do abandono, em Portugal. Muitas crianças, poucos sinais...

Avaliação

Raquel Abecasis

RR on-line :: 2008.06.23

Talvez fosse sendo tempo de cada um, no seu sector, ser capaz de fazer um pouco de auto crítica.
Portugal e os portugueses têm um problema com a avaliação. Seja em que matéria for, tendemos sempre a pensar que somos injustiçados, que não nos dão o devido valor ou, quando as coisas correm mesmo mal, que tivemos azar.
É assim na educação, no trabalho, na política e até no futebol. E, talvez, seja esta a razão porque, quase sempre, valorizamos a mediocridade e desprezamos a excelência.

Os alunos têm más notas? Facilitemos os exames. A selecção nacional foi eliminada do Euro? Afinal, os nossos génios do futebol podem ser dispensados porque não são assim tão bons. E, este fim-de-semana, não deixou de ser curioso ver a comunicação social em peso ir comentando o congresso do PSD à luz do “palmódromo” da assistência e da maior ou menor excitação dos congressistas com o andamento dos trabalhos.

Convenhamos que em nenhum dos exemplos o critério de avaliação é adequado. É, por isso, que talvez fosse sendo tempo de cada um, no seu sector, ser capaz de fazer um pouco de auto-crítica. Se formos capazes de passar um pouco para lá da espuma dos dias, talvez a valorização dos melhores nos ajude a alcançar melhores dias e quem sabe a recuperar do nosso famoso atraso estrutural.